Visitantes , amigas, anônimas

Abro aqui um espaço para depoimentos, conselhos, relatos, histórias de mulheres que sofrem do mesmo mal que eu...Juntas somos mais fortes e eu sou prova viva de que só de escrever e conhecer gente com as mesmas angustias que eu nos fortalece.
As vezes tudo o que precisamos é de alguém que realmente entenda o que passamos sem criticar...Sejam bem vindos

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

A devastação

E no decorrer dos meses eu já não me reconhecia, estava fraca, me lamentando o tempo inteiro, os únicos dias da semana que tinha paz era sábado e domingo que ele estava em casa e mesmo assim eu não perdia a oportunidade de começar uma briga, uma discussão, queria que ele me contasse realmente o que estava acontecendo e o pressionava e cada vez que isso acontecia ele dizia que iria embora...Se eu já estava sofrendo imagina se ele fosse embora?O resto da semana era da hora em que abria os olhos até quando tomava o remédio pra dormir que tive que comprar para conseguir apagar tensa, apreensiva e desesperada.Quando chegava ao meu limite e pensava em fazer uma besteira ajoelhava no fundo do quintal e chorava por horas ...Pedia a Deus que tirasse aquela dor de mim, que aliviasse a minha desconfiança, que meu marido voltasse a ser o que era, que só tivesse olhos para mim novamente..Mas minha intuição me dizia que o sofrimento não era a toa, ela me dizia isso o tempo todo, ele estava me traindo por mais que eu quisesse acreditar que não....E foram meses de horror, de frustração, de decepção,de brigas intermináveis onde em uma delas ajoelhei diante dele e pedi para não ir embora, que não mais desconfiaria dele....E ele não moveu um músculo do rosto quando fiz isso, continuou acreditando na sua mentira e me fazendo acreditar que eu estava errada, que eu era a responsável pelo inferno em que estávamos vivendo, que a minha desconfiança iria acabar com a gente.que eu precisava de um emprego, precisava tirar o foco de cima dele, que precisava parar e voltar a ser o que eu era antes....E eu continuei acreditando que a culpada era eu.E foram meses, meses onde tudo que vivi foi ,depois da morte do meu pai os piores momentos da minha vida, Só que o luto doí mas com o tempo passa, nesse caso , cada dia a situação só piorava, Por duas vezes misturei vinho com calmante para ver se conseguia dormir e não mais acordar e nada...Comecei a ter crises de ansiedade onde chegava a um extremo tão grande de tensão que sentia meu coração parar de bater e desmaiava.E tudo isso segundo ele era devido a minha desconfiança sem sentido...Afinal a única culpada por isso era eu mesma.

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